segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Minúsculo


Nutrir-se, e logo emocionar-se com tanta graça.
No meio dessa imensidão contempla-se o dedo de Deus.
Estar diante das mais belas criações divinas: preenche, alegra, transforma.
Que maravilha é ver o mar, e o céu diante dele.
A água que o vento sopra, trás o cheiro da esperança.
Esse ritual - vento e mar - envolve, impressiona.
No meio de toda essa grandeza está um pequeno pensador.
Ele quer voar. Quer mergulhar no oceano, quer o céu alcançar.
Percebe o tamanho dele mesmo, e assim se põe a orar.
Como um grande amigo, ele fala com o Criador, ele começa a cantar.
No canto interiorano desse menino baiano há muito amor, há muito do mar.
Esse algo similar coloca diante desse pequeno ser
o que o Criador a ele unificou:
O cheiro de Deus.



Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2010
Código do texto: T2051206
Anderson Cavalcanti
cavalcantianderson@hotmail.com

sábado, 16 de janeiro de 2010

Minha voz



Não aprovei aquelas palavras, assim minha voz saltou.
Parecia suave, mas estava a gritar.
Ela procurava muitos ouvidos, mas não podia os encontrar.
Os ouvidos programados apenas um som podiam escutar.
Resolvi continuar. Os ouvintes pareciam máquinas.
Máquinas barulhentas, e com defeitos a gritar.
Os ouvidos na verdade são mudos, mas gritaram para mim.
Com muita educação, entreguei-os a mensagem.
Agora estou a esperar.
Recebi muitas respostas como estava a imaginar.
Foram respostas que eu já conhecia, mas não podia acreditar.
Quem sabe um efeito inesperado, quem sabe uma verdade.
Mesmo com as audições uniformizadas,
eu podia acreditar que heterogêneas podiam ficar.
Assim minha voz continua procurando a mensagem passar.





Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2010
Código do texto: T2032789
Anderson Cavalcanti
cavalcantianderson@hotmail.com

Olhos que falam


São dois olhos. Parecem muito vivos, mas já não posso afirmar.
Um ponto em minha direção. Neste ponto muitas coisas.
Este ponto é preto e me diz o que não posso entender.

No dia anterior: outros olhos. Pareciam algo procurar.
Se apresentavam fortes, mas os via fracos.
Eu conseguia entender, mas não queria me importar.

Dos quatro olhos, me chamam a atenção dois.
São gélidos e indecisos, não conseguem sintonizar.
Eu aqui devaneando, me divirto a pensar.




Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2010
Código do texto: T2032786
Anderson Cavalcanti
cavalcantianderson@hotmail.com