sábado, 16 de janeiro de 2010

Minha voz



Não aprovei aquelas palavras, assim minha voz saltou.
Parecia suave, mas estava a gritar.
Ela procurava muitos ouvidos, mas não podia os encontrar.
Os ouvidos programados apenas um som podiam escutar.
Resolvi continuar. Os ouvintes pareciam máquinas.
Máquinas barulhentas, e com defeitos a gritar.
Os ouvidos na verdade são mudos, mas gritaram para mim.
Com muita educação, entreguei-os a mensagem.
Agora estou a esperar.
Recebi muitas respostas como estava a imaginar.
Foram respostas que eu já conhecia, mas não podia acreditar.
Quem sabe um efeito inesperado, quem sabe uma verdade.
Mesmo com as audições uniformizadas,
eu podia acreditar que heterogêneas podiam ficar.
Assim minha voz continua procurando a mensagem passar.





Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2010
Código do texto: T2032789
Anderson Cavalcanti
cavalcantianderson@hotmail.com

2 comentários:

Inez disse...

Poxa muito profundo, ouvidos que não ouvem, que só gritam, uma voz que grita mas ão é ouvida.
Pra mim retrata uma realidade que estamos vivendo.

Extenze Ingredients disse...

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